Não há como negar que nós, brasileiros, adoramos assistir a vídeos. Seja na televisão, nas redes sociais, no cinema e até no streaming.
Com as mudanças de comportamentos aceleradas no último ano pelo isolamento social, passamos a adotar melhor a tecnologia no dia a dia, tornando o mercado brasileiro ainda mais favorável para o crescimento (e a disputa) dos streamings.
Com a entrada agressiva da Disney+ no Brasil e o investimento cada vez maior em outras plataformas já presentes no mercado há algum tempo, opções não faltam: Netflix, Amazon Prime Vídeos, Telecine Play, HBO GO, Globo Play, Fox Play, Starzplay, Apple TV+, Dark Flix e a já citada Disney+.
Portanto, para disputar a nossa atenção (e o nosso bolso) as empresas de streaming precisam entender como consumimos mídia. A Kantar IBOPE Media lançou no final do ano passado a edição 2021 do estudo Tendências e Previsões de Mídia, que traz insights de especialistas sobre quais comportamentos do público e dinâmicas de indústria vieram para ficar. Vamos dar uma conferida?
Missão: fidelizar para ganhar
Segundo The Streaming Guide, 98% dos usuários de internet consomem algum tipo de conteúdo via streaming de áudio ou vídeo, e 73% afirmam que o consumo de streaming de vídeo aumentou após o início da pandemia de Covid-19. Neste ano, o número de assinantes destes serviços atingiu 36%, contra 29% no ano anterior. O cenário é promissor, mas também traz muitos desafios para fidelizar o público.
Outra pesquisa, essa da Conviva, empresa especializada em inteligência integrada de dados, mostrou que os serviços de streaming tiveram um aumento de 20% no mundo. Na América Latina, a alta foi de 26,6%.
“As opções de entretenimento se tornaram mais indoor e as pessoas passaram a experimentar mais com o digital, com um consumo expressivo de TV online, vídeo sob demanda e streaming. A chegada de novos players, como a Pluto TV e a Disney+, aquecem o mercado nacional já em alta com o sucesso da Netflix, Globoplay, Amazon Prime Vídeos, entre outros”, comenta Adriana Favaro, diretora de Negócios da Kantar IBOPE Media no Brasil.
Ainda segundo a executiva, uma das tendências apontadas é o ‘assinante-bumerangue’, que migra entre os serviços sob demanda e de streaming, elevando a disputa a outros níveis. De acordo com o estudo Tendências e Previsões de Mídia, é cada vez mais comum o perfil de consumidor que navega entre diversas plataformas, sem ser fiel a nenhuma.
Outro dado importante da pesquisa foi o notório aumento no número de consumidores migrando de plataformas nos Estados Unidos: no quarto trimestre de 2019, esse público representava 5%, já no terceiro trimestre de 2020 esse número cresceu 12%. Já o número de consumidores bumerangue aumentou de 9% no quarto trimestre de 2019 para 14% no terceiro trimestre deste ano.
Parcerias entre os players do mercado
A diretora de Negócios da Kantar IBOPE Media no Brasil aposta nas parcerias entre os players do mercado como um caminho promissor para o sucesso das plataformas. Para Adriana Favaro, estabelecer acordos de colaboração e investir em agregadores de conteúdo é uma das formas para reduzir a taxa de cancelamento de assinaturas, garantir a fidelidade e ofertar conveniência para o consumidor. Para ela, esse movimento deve ser umas das prioridades para que o modelo de negócio de assinatura seja sustentável.
Com esse cenário de múltiplas escolhas e intensificação de ofertas, nunca foi tão urgente entender a flutuação da audiência. A medição em todas as telas e plataformas deve ser levada a sério para entender a flutuação da audiência.
“Com o aumento da concorrência, limitados pelo tempo e pelo bolso dos espectadores, todos os players precisam saber o valor de ter uma visão integrada da audiência”
– pontua Adriana Favaro.