Na última quarta-feira, dia 6 de março, Mark Zuckerberg anunciou um plano novo para o futuro do Facebook (confira na íntegra aqui). A rede social deixará de ser o principal foco da empresa, que passará a dar maior valor para aplicativos de mensagens, apostando mais fortemente em criptografia.
Na publicação, Zuckerberg enfatizou que a criptografia será uma das apostas para o futuro e que a companhia está disposta a se retirar de países que se recusarem a permitir o funcionamento do recurso de segurança.
“Ao pensar no futuro da internet, acredito que uma plataforma de comunicação focada na privacidade se tornará ainda mais importante do que as plataformas abertas de hoje. Atualmente, já vemos que mensagens privadas, stories temporários e pequenos grupos são de longe as áreas de comunicação online que mais crescem”, escreveu o CEO.
O que ficou claro no comunicado foi a tentativa do fundador da companhia em retomar a confiança dos usuários em relação à privacidade dos dados. Entretanto, a aposta em comunicações protegidas por criptografia deve acarretar em cada vez menos controle sobre o que circula em sua plataforma.
O que podemos observar é que Zuckerberg não está pensando em uma solução definitiva para os problemas relacionados à falta de privacidade e à disseminação de conteúdo falso na rede social. Mas simplesmente em aplicar o mesmo modelo de
criptografia do WhatsApp ao Facebook.
Como, infelizmente, o WhatsApp se transformou em um canal exposto facilmente a fraudes, inclusive algumas envolvendo serviços do próprio governo, como no caso do benefício do PIS e da CNH gratuita, essa visão do fundador do Facebook não é a melhor saída para resolver os problemas atuais.
Outro ponto é que Mark Zuckerberg sabe que sua a rede social está saturada, com mais de 2 bilhões de pessoas conectando-se à ela diariamente. Com o espaço para crescimento mínimo e a plataforma registrando perda de usuários nos Estados Unidos e na Europa. Além disso, a rede social dá sinais de desgaste, com escândalos recentes, como o caso da Cambridge Analytica. Aliás, o anúncio ocorre logo depois que o Facebook descobriu uma rede de informações falsas direcionadas para usuários da Inglaterra e da Romênia.
Tudo isso mostra que o Facebook até pode crescer, mas não parece ser uma aposta sustentável a longo prazo. Daí a necessidade de apostar em aplicativos de mensagens e criptografia para atrair um novo público. Como Zuckerberg disse no comunicado, ele pretende tornar o Facebook uma plataforma ideal para empresas, que dependem de criptografia para que não vazem o conteúdo das suas comunicações internas ou de conversas com clientes. Talvez a saída seja mesmo investir mais fortemente em e-commerce e pagamentos digitais, como a rede social vem começando a fazer.
Mas, isso significa que o Facebook como conhecemos hoje vai morrer? Talvez não, mas significa que Mark Zuckerberg sabe que a rede social não tem como se sustentar por muito mais tempo diante da mudança do perfil dos usuários de internet.
Qual é a sua aposta?
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