Já tentou fazer SEO para um site que você não fala o idioma fluentemente? Eu já. Foi meu primeiro projeto de SEO no Brasil há uns 5 anos atrás. Esse projeto foi para um cliente italiano.
Eu pegava as palavras relevantes mais buscadas em inglês e português, jogava no Google translate e rodava essas mesmas palavras, em italiano. Mandava a lista para a moça do atendimento em Milão que fala inglês quebrado e português não sabe nem um ‘obrigada’, e as mudanças no conteúdo eram implementadas a partir disso.
Funcionou? Mais ou menos. Naquela época dava pra tapear.
Fiz algum outro site em italiano? Giammai!
Mas porque essa estória?
Para iniciar a explicação do que o título do post insinua. Não basta botar no currículo que é fluente em inglês, tem “espanhol intermediário”, ou que viveu 6 meses na Zoropa e sair pegando Jobs de SEO em inglês e russo, ou na migração de sites pra português.
No último ano, tenho atendido alguns clientes nas gringa, e agora até faço parte da equipe da Cornish Webservices, agência de baseados nas Inglaterra. Também tenho desenvolvido todo o conteúdo de um guia São Paulo pra gringo, em inglês, o My Destination São Paulo.
Exemplos de como fazer SEO Bilíngue Direito!
Faça você mesmo – Para a Cornish, eu tenho traduzido sites e também otimizado traduções de sites em português, cujos originais são em inglês. O melhor é eu mesma sentar e traduzir, já usando as palavras que tenho em mente, não fazendo nada literal, mas sim, pensando na otimização do conteúdo. Eu entendo o público brasileiro muito melhor que qualquer outra pessoa no escritório deles, e também sei comunicar com eles direitinho em inglês (afinal, 20 anos não é 20 dias nos morando nos EUA).
Não aceite palpite de cliente pedante – Um dos clientes do site, uma escola de inglês na Inglaterra, depois de modificar todo o conteúdo deles e sugerir várias pautas e palavras-chave, decidiram desmanchar tudo que eu fiz porque a tradutora deles era uma filha-de-brasileiro-morando-na-inglaterra-fluente-e-a-tradução-dela-tava-certa.
E eu disse que a tradução estava errada? Opá! Muito pelo o contrário. Só não estava otimizado! Mandei toda uma explicação, falando que “summer vacation” não se traduz para usuários Brasileiros porque o “summer” deles não é o nosso, e por isso não podemos ter “cursos de verão” que só acontecem nos meses de julho e agosto! E por aí vai…
Para os próximos projetos, fiz isso, e continuo fazendo, antes de mudar qualquer conteúdo. Uma ou duas páginas com considerações do porquê você tá literalmente acabando com todo o trabalho que o tradutor deles fez. Melhor seria dar um treinamento de SEO para os tradutores – mas este é outro nicho que vou explorar em outro post!
Entenda Realmente o Que o Usuário Busca
Como o My Destination São Paulo é fruto do meu empreendedorismo, levo bastante a sério. Eu sento, pelo menos uma vez por semana, e tomo um café, uma cerveja, faço um almoço para, ou saio passeando por aí com um gringo. De diversos países, idades, culturas, religiões e afins. São meus usuários e eu quero saber o que eles estão pensando. Quando pergunto, em inglês, o que é que eles buscam quando procuram coisas pra fazer em São Paulo, eu presto atenção não só nas palavras, mas no contexto, nas necessidades do usuário. Isso me ajuda a gerar pautas para meus próximos artigos e dos jornalistas que trabalham com a gente. Quando eu não escrevo, passo palavras que eles precisam usar, edito o texto deles, e faço questão de usar detalhes culturais, não vistos em outros sites de viagens por aí. Vejo isso nos meus resultados de SEO. #chupaNYTimes.
Em conclusão, dica da Tia Poly, mineira radicada na terra do Tio Sam. Você pode ser o SEO mais foda do Brasil (o que eu não sou mesmo, mas você pode ser). Mas se você não entende a cultura dos usuários e nem do cliente, tanto do site de origem quanto do site da tradução, nem pegue o job, vai. Ninguém gosta de pagar mico e tem muito job pra site em português. Mas se você é bom mesmo nos dois idiomas e culturas dos países, vai fundo porque é o nicho de SEO mais difícil e mais interessante que existe!