É verdade que o LinkedIn não é a primeira rede social que nos vem a mente quando pensamos em marketing digital. Naturalmente lembramos primeiro em Instagram e Facebook. Até porque o objetivo principal do LinkedIn é estimular as conexões profissionais.
Mas não se engane: O LinkedIn possui um imenso potencial para o marketing digital. Isso porque nesta rede social há um espaço gratuito com mais de 467 milhões de usuários que é feito para facilitar a interação e o compartilhamento de conteúdo.
Usamos o LinkedIn para conectar pessoas da mesma área que a nossa e encontrar oportunidades. Eu mesma já consegui participar de vários processos de seleção conectando diretamente os responsáveis pelas vagas ou simplesmente entrando em contato com algum diretor ou coordenadora de conteúdo de uma empresa que tinha interesse, me apresentando e perguntando se havia alguma vaga com o meu perfil.
É aí que entra o marketing digital. A questão principal é como saber usá-lo bem para interagir com pessoas interessantes dentro do nosso nicho e sermos notados. Por isso, convidei a palestrante, consultora, mentora e diretora de relacionamento e conteúdo, Vivian Lopes, para falar sobre como fazer marketing digital e, mais especificamente, marketing pessoal no LinkedIn.
Convido você para acompanhar o nosso bate-papo!
Úrsula Neves: Vivian, como ter um perfil bom e com destaque nas buscas?
Vivian Lopes: Primeiramente, o seu perfil deve estar alinhado com o que você tem de melhor para oferecer ao mundo. Deve ser humano e estar alinhado com a pessoa que você é offline. Quanto mais completo, melhor. Ocupe todos os espaços possíveis no seu perfil pessoal. Use e abuse das palavras-chave importantes para o seu mercado, nicho, setor.
Úrsula Neves: Quais as principais funções da plataforma?
Vivian Lopes: O LinkedIn é atualmente uma importante e dinâmica vitrine profissional na internet. Podemos fazer negócios, valorizar nosso passe, construir e fortalecer tanto relacionamentos, como marcas pessoais, o que muitas vezes tem como consequência a venda de produtos e/ou serviços. É a maior rede social profissional do mundo.
Úrsula Neves: Quais as melhores dicas para aproveitar todo o potencial do LinkedIn?
Vivian Lopes: Antes de tudo é preciso parar de enxergar essa rede como seu currículo na internet. Seu CV é apenas seu passado. Já o perfil é um espaço dinâmico com dados do passado, oportunidades de ser ativo(a) hoje, que te projetam para o futuro. Outra dica é criar um perfil mais humano destacando seus pontos fortes e deixando claro como e quem você ajuda. Pessoas fazem negócios e projeto com pessoas em quem confiam. E, claro, é fundamental ser ativo(a) e ocupar o maior numero de espaços possível no seu perfil.
Úrsula Neves: Você tem os dados atualizados de quantas pessoas possuem perfil no LinkedIn no mundo e no Brasil?
Vivian Lopes: No Brasil somos mais de 45 milhões de perfis pessoais cadastrados. Em todo o mundo já são mais de 645 milhões de profissionais no LinkedIn. O Brasil está entre os quatro países mais ativos e com mais usuários. Desde o início da pandemia, a cada segundo dois novos profissionais se cadastram na rede. A rede social começou na sala de Reid Hoffman em 2002 e foi oficialmente lançado em 5 de maio de 2003.
Úrsula Neves: Como uma pessoa pode ser tornar influenciador (Top Voices) dentro da rede do LinkedIn?
Vivian Lopes: Acredito que estamos na era dos micro e nano influenciadores. Todo produtor sério de conteúdo pode se tornar direta ou indiretamente um influenciador. Empresas já contratam pontualmente ou de forma mais recorrente tanto os micro como os nano influenciadores, aqueles com menos seguidores, geralmente em torno de 3 a 10 mil, porém com uma base de seguidores coesa (zero seguidores comparados, como vemos pelo Instagram, por exemplo), uma proposta clara de conteúdo e linha editorial.
O mesmo vale para o LinkedIn. Essa rede estimula esse tipo de profissional a se expor e soltar o verbo na rede, seja um produtor especializado em marketing ou qualquer outro segmento. Recentemente, o LinkedIn criou uma nova lista de Top Voices do mundo da Saúde e outra apenas com profissionais especializados em carreira.
As listas de Top Voices e influencers são divulgadas sempre no final do ano e trazem desde pessoas comuns até personalidades como Luiza Helena Trajano e o economista Ricardo Amorim, entre muitos outros. A cada ano novos profissionais são selecionados e amplamente promovidos pela rede. O que todos eles têm em comum? Consistência na produção de conteúdo no LinkedIn e uma proposta editorial alinhada com o que a rede acredita naquele ano.
Por exemplo, em 2020 falou-se muito sobre diversidade e saúde, por conta da pandemia, e diversos profissionais que escrevem com frequência sobre esses temas, e suas variantes, atraíram atenção dos editores do LinkedIn. São eles que opinam e selecionam os profissionais das listas que serão destacados a cada ano.
Úrsula Neves: Como os proprietários de agências de marketing digital, por exemplo, podem fazer com que a sua empresa seja notada dentro do LinkedIn?
Vivian Lopes: Primeiro criando uma LinkedIn Page e não um perfil pessoal com a logo da agência, combinado? Depois criar uma linha editorial alinhada com os valores e missão, propósito da agência, fale sobre o seu manifesto atrelado ao problema que você resolve. Movimente a rede com conteúdo das lideranças e outros evergreen, e anuncie, sem esquecer de otimizar a página com as suas principais palavras chave.
Úrsula Neves: Quais as vantagens de ser um usuário Premium? Vale a pena?
Vivian Lopes: Depende do seu uso e do seu objetivo profissional. Quer se recolocar no mercado corporativo? Assine o Premium Jobs.
Deseja fazer mais negócios e networking, busca estratégica de pessoas? Assine o Premium Business – o que eu assino, por exemplo.
Todos eles trazem benefícios de poder saber quem olhou seu perfil e poder fazer todos os cursos do LinkedIn Learning gratuitamente.
Úrsula Neves: Desde quando e como você utiliza o LinkedIn? Como a ferramenta contribui para a sua vida profissional?
Vivian Lopes: Sou cadastrada desde 2010, em 2012 comecei a publicar conteúdo dos meus clientes que foram notícia e eram constantemente entrevistados por grandes veículos. Em 2014 comecei a fazer benchmark para melhorar meu perfil sozinha. Não tive muito resultado. Em 2015 decidi escrever meu primeiro artigo na rede. Não publiquei. Em 2016, quando desligada da agência que trabalhei por seis anos, vi um forte motivo para começar a postar. Eu queria ser vista pelas minhas ideias. Então, foi ao ar meu primeiro artigo.
Apesar do pânico que senti com essa exposição, vi que era algo bom, e que eu poderia fazer isso mais vezes. “Não morri”, pensei. Vamos em frente, pois desejo falar mais sobre o que acredito que sobre minhas ideias. Hoje, vivo das minhas ideias. Crio meus produtos e serviços a partir das necessidades que vejo na rede e ouvindo meus atuais clientes e mentorados.
Úrsula Neves: Já teve algum retorno concreto utilizando a rede?
Vivian Lopes: Sim, todos os dias sou procurada por algum conteúdo ou por terem gostado do meu perfil e desejam saber mais sobre meus serviços. O que poucos te contam é que o processo de venda começa no LinkedIn, mas raramente fecha um ciclo nele.
Úrsula Neves: Muito obrigada, Vivian! Fique à vontade para deixar uma mensagem final aos nossos leitores.
Vivian Lopes: Desde o início da pandemia tenho notado que muitas pessoas sentiram urgência de se voltar mais para o digital. São muitas vezes pessoas altamente especializadas e competentes no offline que não trouxeram todo esse posicionamento e bagagem para seu perfil no LinkedIn, por exemplo.
Sem eventos, cafés e almoços de networking o digital ganhou muito mais espaço e prioridade para profissionais que entendem a importância de um posicionamento claro e forte, alinhado aos seus valores e trajetória de vida.
Acredito que o nosso perfil do LinkedIn pode ser mais humano, menos frio, e com a nossa cara. Nada daqueles perfis robóticos, em que todos parecem iguais, sabe?
E foi observando essas necessidades que criei um programa em grupo e outro individual, que fazemos juntos todo esse alinhamento e otimização de perfil, com objetivo de ajudar as pessoas a entenderem a dinâmica dessa rede, saber usá-la com mais estratégia e que as pessoas possam conhecer você como ser humano e indivíduo, e não apenas um amontoado de experiências e cursos “sem alma”.
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