Começo este artigo com a frase “A estrutura de campanha de Obama está para as campanhas tradicionais como a empresa Google está para uma empresa convencional”. O autor da comparação é Umair Haque. Estudioso, especialista em economia e colunista no Harvard Business Review, publicação da Universidade de Harvard. A frase é uma referência à última campanha do presidente americano e a utilização das redes sociais no marketing político.
O número de pessoas com acesso a internet cresce a todo o momento. Cerca de 83 milhões somente no Brasil (dados: Ibope NetRatings). Elas passam horas navegando por diversos sites, incluindo Facebook e Twitter. O Brasil é o 5º país mais conectado do mundo (fonte: InfoExame Abr/12). Nesse cenário, não é tão complicado entender que um comitê político consegue através da rede, atingir diversos públicos em uma velocidade muito rápida, comparando com as campanhas tradicionalmente executadas anos atrás.
A participação nas mídias sociais vem ganhando mais espaço a cada ano político. Muitas equipes de marketing têm trabalhado para entender quais são os melhores caminhos a serem seguidos na internet e qual a melhor forma de difundir as informações corretas sobre cada candidato. No universo político, a busca para garantir uma participação on-line já começou. Porém, a corrida para ter sua presença on-line garantida, deve ser pensada e muito bem analisada.
Os usuários de mídias sociais não são um público passivo e, portanto, não são todas as mensagens que serão simplesmente assimiladas, é preciso interagir e monitorar. A formação da equipe de trabalho de uma campanha de marketing político também é muito importante. Os serviços terceirizados devem ser definidos inicialmente e os envolvidos devem ter facilidade na entrega da informação. O monitoramento também deve envolver, além do conteúdo on-line, os eventos off-line, como declarações feitas na televisão, em comícios e debates. Os relatórios de monitoramento devem ser criados de acordo com as necessidades do cliente e divulgados entre as equipes envolvidas. Trabalhe sempre com sistemas de alerta para gerenciar crises e identifique os “personagens”: ativistas, simpatizantes…etc. Identifique ainda sexo, localização, preferências e os grandes influenciadores nos perfis monitorados.
Apesar de forte e crescente, a parcela on-line da população não representa a totalidade nacional ou total de uma região, por isso, também devem ser considerados em conjunto os dados off-line para uma melhor análise. Humanizar a figura de um político é fator bastante relevante dentro das mídias sociais, pois o aproxima dos eleitores, como um comentário sobre seu animal de estimação. Linhas de ação pré-definidas e respostas integradas também são importantes para o sucesso do trabalho, como por exemplo, “cuidar” separadamente de leitores indecisos. E é claro, evite ser invasivo no relacionamento com os eleitores.
Em um projeto de marketing político digital existe ainda muito trabalho a ser desenvolvido. Os temas devem ser aprofundados. È preciso ler, estudar e trabalhar com profissionais capacitados no assunto para conseguir resultados satisfatórios. Planejamento, estratégias e objetivos bem definidos, com muita pesquisa, análise e mensuração contínua. A campanha política digital não deve cometer o erro de ser apenas uma extensão da comunicação. Assim como a construção de uma marca, a imagem partidária na internet não é realizada apenas nas vésperas de uma campanha política. Um trabalho de longo prazo é primordial.
Fonte: texto baseado em artigo de estudo do Scup www.scup.com.br